Todos temos hoje a pele mais fina.
Tudo a nossa volta incomoda, pinica, não orna, não se encaixa com o nosso jeitinho todo especial de ser. Quanto mais hiper-personalizado e hiper-conveniente fica nosso mundo, mais sensível ficamos para o atrito natural com o relevo da vida.
Hoje, o “diferente” é um “corpo estranho”
O ponto é que a reboque disso, a nefasta dinâmica do ofensor-ofendido tomou conta das relações sociais. O outro é sempre fonte potencial de agressão.
Vivemos uma grande epidemia da “comunicação não-violenta” (CNV): Uma força policial ostensiva disfarçada de missão da paz.
Hoje, toda palavra corta como faca.
Portanto, por falarmos, todos somos criminosos em potencial. Qualquer movimento em falso será julgado pelo “Santo inquisidor”.
Tirania velha, roupagem nova.
Obvio que isso não dá certo. Produzimos hordas de adultos covardes com medo de dar opinião e um bando de gente extremista que realmente ofende.
Precisamos volta atrás e cultivar uma nova ciência menos autocentrada: A prática da “escuta não-ofendida” (ENO) .
Nem tudo tem você como alvo ou a intenção de machucar. Tem um monte de gente tosca por ai, mas isso é a minoria.
Toda palavra corta como faca para quem se oferece como carne.
Não se ofenda.